Mercado de capitais em julho registra maior volume mensal desde 2012
No mês de julho, as empresas captaram R$ 96 bilhões no mercado de capitais. Trata-se do maior volume mensal na série histórica iniciada em 2012. É o que revela a ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Já no acumulado dos sete primeiros de 2024, as ofertas chegaram a R$ 435,1 bilhões, montante também recorde para o período.
Mercado de capitais em julho
Segundo o presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da ANBIMA, ao mencionar os R$ 17 bilhões captados em follow-ons, o maior volume mensal nos últimos 24 meses, a taxa Selic em dois dígitos, somada à perspectiva de permanecer até o fim do ano, o ambiente segue propício para a renda fixa, com o desempenho sendo puxado por vários instrumentos.
Sendo assim, em julho, houve um volume considerável na renda variável. Entretanto, com a maior parte concentrada em uma operação específica que não necessariamente reflete o apetite de mercado.
Já para o consultor financeiro Ricardo K, o mercado de capitais está bastante seletivo após casos ocorridos com as empresas Americanas e Light. Além disso, a queda de juros demora entre 18 e 24 meses para ter efeito nos caixas das companhias. Portanto, 2024 ainda não será um ano de retomada.
DEBÊNTURES
Por sua vez, as emissões de debêntures somaram R$ 50,1 bilhões em julho, o maior patamar da série histórica, considerando qualquer mês. O resultado levou o acumulado de 2024 a R$ 256,8 bilhões, montante recorde para esse intervalo e que já supera todo o ano de 2023.
Os investimentos em infraestrutura foram o destino da maior parte dos recursos captados pelas debêntures em julho, com 32,3% do total. Os principais subscritores nesse período foram os intermediários e demais participantes ligados à oferta, com 47,4% do volume, seguidos dos fundos de investimento, com uma fatia de 33,9%.
Vale dizer ainda que o prazo médio sãs ações subiu para 10,3 anos, o maior registrado em 2024, o que reflete um mercado maduro, com perfis diferentes de participantes e um secundário cada vez mais líquido e que permite tal alongamento.
Notas comerciais
Já as notas comerciais merecem destaque entre os produtos de renda fixa, com R$ 11,4 bilhões em julho e R$ 24,4 bilhões no acumulado do ano, recordes para os respectivos intervalos.
Securitização
Entre os instrumentos de securitização, os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) e os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) captaram R$ 38,6 bilhões e R$ 34,7 bilhões de janeiro a julho, respectivamente, batendo recorde para o período na série histórica.
Por sua vez, os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) somaram R$ 25,4 bilhões, com alta de 36,8% na comparação com os primeiros sete meses do ano passado.
Por fim, no segmento de híbridos, as ofertas de FIIs (Fundos de Investimento Imobiliário) totalizaram R$ 4,4 bilhões em julho, levando o volume no acumulado do ano a R$ 31,1 bilhões, montante que já é superior ao total de 2023.
Fonte: Foto de Drazen Zigic na Freepik