Mulheres na liderança, em cargos de diretoria e conselhos de companhias do Ibovespa cresceram entre maio de 2022 e maio de 2023, com 14,5%; nos 12 meses seguintes, aumentos foram de 1,3% e 3,5%
Em recente reportagem do Estadão, a diretora global de soluções de tecnologia da Vale, e também membro do conselho de administração do Carrefour, Vânia Neves, afirma que cada vez mais as pessoas devem se indignar quando não encontram pessoas diferentes sentadas em um mesmo ambiente de trabalho.
Já para a CEO do grupo hoteleiro Clara Resorts, Taiza Krueder, existe a importância de engajar os líderes em suas ações, promovendo conversas abertas e mostrando como esse profissional é estratégico e fundamental na estrutura da empresa. Isso porque muitos, tanto homens como algumas mulheres, podem desistir do cargo no meio do caminho, segundo o relatório norte-americano Challenger, Gray & Christmas, o tempo médio de permanência de líderes nas empresas caiu de 12 para cinco e sete anos. O mesmo estudo revelou ainda que mais de 1.000 CEOs deixaram os seus cargos em 2023, número 33% maior do que o ano anterior.
Mulheres na liderança
Voltando ao Brasil, em junho de 2022, ocorreu um período relativamente favorável às mulheres na liderança no universo corporativo. Entre maio daquele ano e maio de 2023, as grandes empresas do País ampliaram a presença feminina no alto escalão de modo expressivo, em 14,5% nas diretorias e 22% nos conselhos de administração das companhias que fazem parte do Ibovespa, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira. Trata-se das 82 organizações que movimentam o maior volume de recursos no mercado acionário.
Falta diversidade nas empresas
Apesar da ascensão feminina em cargos de liderança ainda há pouca diversidade. É o que revela Vânia, que nasceu no subúrbio do Rio de Janeiro. Sua mãe trabalhou como empregada doméstica e secretária, e seu pai como mecânico e funcionário público. Contudo, a realidade de Vânia foi mudando aos poucos, quando passou a estudar matemática e assim abriu caminho até chegar à vaga de trainee na empresa White Martins. Em seguida, passou pela farmacêutica GSK antes de chegar ao seu atual cargo, na Vale.
Solidão corporativa
Por outro lado, a executiva de 59 anos, afirma que, como mulher e negra, existe uma solidão corporativa que sempre esteve presente em uma trajetória corporativa. Ela acrescenta também que em sua carreira se acostumou a ser mais questionada que seus colegas.
“Procurei me blindar em relação a isso. Quando era diretora júnior, as pessoas eram ainda mais ríspidas comigo. Eu precisava ser assertiva. Mas vi que não era pessoal e também que não iria me masculinizar. Hoje trabalho em ambientes em que tenho respeito.”
Conselho do Carrefour
Por fim, a partir de toda sua experiência corporativa, Vânia conseguiu chegar ao conselho do Carrefour, em junho de 2022.
*Foto: Reprodução/https://br.freepik.com/fotos-gratis/cinco-mulheres-de-negocios-multirraciais-em-pe-no-escritorio-e-rolam-mulher-na-cadeira-grupo-diversificado-de-funcionarias-com-roupas-formais-se-divertindo_25623538.htm#fromView=search&page=1&position=0&uuid=a4199a52-219b-4a87-981c-181031ea3893