Índice da Juventude na Política foi criado para tratar dos jovens que estão sendo extremamente afetados pelas crises atuais no mundo
No fim de janeiro, ocorreu a Conferência de Alto Nível da ONU sobre Processos de Paz Inclusivos para a Juventude. Segundo o secretário-geral da organização, António Guterres, os jovens estão sendo extremamente afetados pelas crises atuais no mundo. Porém, eles estão também “na linha de frente para ações e soluções”.
Ele disse ainda que o mundo enfrenta diversos desafios globais. Entre os quais: a covid-19, a mudança climática, divisão digital, conflitos, discriminação e queda da confiança.
Portanto, ele elogiou a juventude ao redor do planeta por “levantar sua voz, na rua e online, defendendo ação climática, igualdade de gênero e justiça racial e social”.
Índice da Juventude na Política
Durante o evento, o líder das Nações Unidas anunciou a criação do Índice da Juventude na Política. O objetivo é verificar se os países ao redor do mundo estão abrindo espaços sobre política, algo que vem sendo exigido pelas gerações mais jovens.
Guterres afirmou:
“Que os jovens não são apenas cidadãos com direitos iguais, mas também agentes poderosos para a mudança e por isso, suas vozes precisam ser ouvidas.”
Além disso, antes mesmo da conferência, foram produzidos dois documentos: o primeiro é um guia para os Estados-Membros operacionalizarem a Agenda de Juventude, Paz e Segurança, e o outro é uma estratégia de cinco anos sobre Processos de Paz Inclusivos à Juventude.
Guterres disse ainda estar confiante que o Índice da Juventude na Política fará a diferença e que os jovens podem contar com ele e com as Nações Unidas para seguir expandindo sua voz em prol de um futuro inclusivo e sustentável.
Jovens no centro dos esforços
Por outro lado, o chefe da ONU ressaltou que os jovens devem estar no centro dos esforços por sociedades mais pacíficas, justas e sustentáveis. No documento “Nossa Agenda Comum”, ele reconhece o “papel central dos jovens como construtores do futuro”.
Para Guterres, a juventude é “fonte de inovação, de ideias e de soluções”. Consequentemente, eles podem ajudar em projetos de assistência humanitária e na mediação de conflitos, utilizando novas tecnologias, além das plataformas tradicionais.
Também defende um espaço garantido aos jovens na mesa de negociações, para que apresentem “soluções inclusivas que unam paz e segurança, desenvolvimento sustentável e direito humanos”.
Investimentos
O chefe da ONU avalia ainda que as “oportunidades para uma participação significativa” dos jovens são insuficientes. Neste caso, ele se refere às mulheres jovens, pois muitas relatam que sua participação não é bem-vinda pelo público ou por pessoas em posições de poder.
Sendo assim, o secretário geral fez um apelo à comunidade internacional, para que apoie os esforços dos jovens. E citou o Fundo de Construção da Paz, que inclui uma Iniciativa de Promoção da Juventude. E relembrou que no ano passado foram investidos US$ 26 milhões em projetos implementados com parceiros da sociedade civil. Porém, para este ano é preciso mais recursos financeiros, admite Guterres.
Por fim, ele mencionou sobre as ameaças e violações de direitos humanos sofridas por jovens defensores de dos mesmos e outros que trabalham com a consolidação da paz. Por isso, pediu maior proteção e garantias para o grupo participar de modo seguro de processos de paz e de segurança.
*Foto: Reprodução/Boris Baldinger