Tema cultura e arte na educação teve como mediadora a apresentadora Astrid Fontenelle, com as presenças de Keyna Eleison, Gringo Cardia e Patrícia Dias
Com a reflexão: “Como reinventar o aprendizado remixando cultura e arte?”, a apresentadora começou a falar da importância da cultura e arte na educação do Brasil. A questão abordada durante a primeira mesa do Palco LED Inova no Festival LED – Luz na Educação, no dia 8 de julho, no Museu de Arte do Rio (MAR), tiveram respostas a partir de outros questionamentos. E isso tudo rendeu mais reflexões ainda.
Cultura e arte na educação
Astrid, que também apresenta o programa do canal GNT, Saia Justa, mediou a discussão com as presenças da diretora do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Keyna Eleison, do arquiteto e cenógrafo Gringo Cardia, e da gerente de educação e da Escola do Olhar no Museu de Arte do Rio, Patrícia Dias.
A apresentadora destacou a importância de debater os processos de aprendizados dos indivíduos além das salas de aulas, com vários modos de transmissão de saberes, nos mais diversos grupos sociais.
“A educação como prática social é essencial para o desenvolvimento do ser humano porque interfere diretamente na forma como o indivíduo vai estabelecer sua relação com o mundo. Ou seja, o processo de aprendizagem é fundamental para o funcionamento de uma sociedade. Educação é uma ferramenta civilizatória. Só conseguimos viver em sociedade graças à educação.”
Ela ainda enfatizou a seguinte reflexão:
“Quando a gente fala em educação, logo de cara, pensa na sala de aula tradicional, com professor escrevendo num quadro, alunos sentados, livros, etc. Aí a gente expande um pouquinho a mente e lembra que a prática educativa vai muito além disso. Ela é o meio para se transmitir o saber sistematizado, como que a terra é redonda e que vacina é super importante. A proposta da gente é entender que educação é isso para a gente também refletir sobre cultura, porque a cultura vai potencializar nosso aprendizado.”
Multiculturalismo
Por outro lado, Keyna levantou a questão do multiculturalismo. Este passa pela capacidade de dialogar sem confrontar. Ou seja, repeitando as diferenças em sua totalidade. Na religião, na música e em seus mais diversos espaços, entende-se que as culturas podem convergir e conviver.
Já para Gringo Cardia, o conceito de arte é abrangente. Neste caso, o indivíduo pode ser um artista dentro de sua área, independente da função que está exercendo, explicou.
“A cultura e a arte transformam a maneira da gente ver o tempo inteiro. É fundamental. Vendo a formação dos meninos, a gente vê como transforma vidas. Você ver uma exposição, ler um livro, cultura é tudo. Está em todos os lugares. Isso desperta a própria existência da gente para o jovem poder saber quem ele é. Tem que ver coisas, ver que mundo é esse. E este mundo é apresentado através da cultura e da arte.”
Porém, ele não tem dúvidas de que a arte é fundamental e como tal, faz parte da vida das pessoas e do aprendizado.
Espaços orgânicos
Contudo, Patrícia Dias comenta que, muitas vezes, os espaços de arte que atraem os jovens, são criados de modo orgânico dentro de seus territórios. Mas, é importante conhecer como a juventude é atraída para estes locais.
“Arte, cultura e educação estão em todos os espaços. Temos que pensar em quem são as pessoas que produzem. Em um espaço que trabalhei, tínhamos muito essa questão da formação de público e contávamos nos dedos de uma mão quantos jovens frequentavam, embora tivessem vários espaços que pensassem no envolvimento com eles. Foi quando fomos para fora e frequentamos as rodas de rap, em como eles articulavam, traziam essa representatividade jovem não só deste território, mas como outros vinham para este território. Acho que é exatamente pensar o quão orgânico são estes espaços e o quanto que arte, cultura e educação estão no pipoqueiro que vai pro evento fazer pipoca.”
Além disso, para Patrícia, ao pensar o que são esses espaços é possível encontrar muitas respostas.
“Pra mim é o tempo inteiro promover esse lugar de centralização de quais são os espaços. Conseguir pensar o que são estes espaços. São conceitos com relações de disputa com poderes institucionais, mas educação se faz na rua, na igreja, é olhar para estes espaços e conseguir entender a promoção da autoestima.”
Por fim, o debate foi exibido no telão o “making off” de um desafio criativo feito pelos estudantes do Núcleo de Artes Grande Otelo no Rio de Janeiro especialmente para o Festival LED.
*Foto: Reprodução