Inhotim mira consolidação em 2024 por conta dos bons números deste ano e anuncia mudança em sua gestão
O Instituto Inhotim, considerado o maior museu céu aberto e jardim botânico da América Latina, avalia ter chegado ao fim de 2023 com saldo positivo, marcado pelo aumento do público, da gratuidade, da diversidade artística e da atuação educativa e ambiental.
Localizado em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), o espaço artístico e cultural pretende para 2024 ter uma programação intensa e variada, que deve ser anunciada já no mês de janeiro. Para isso, o museu comunicará uma mudança em sua gestão. Isso inclui a nomeação de uma nova diretora-presidente. Sendo assim, a partir do próximo ano, o posto, que anteriormente foi ocupado por Lucas Pessôa, será assumido por Paula Azevedo.
Crescimento de público
Por meio de nota, o Inhotim mira consolidação em 2024 após ter um 2023 com aproximadamente 560 mil visitantes, um aumento de 43% em relação a 2022. Desse total, 28% tiveram acesso gratuito ao parque, um salto de 512% em comparação ao ano anterior. Além disso, no mês de outubro, o equipamento alcançou a marca de 4 milhões de visitantes desde a sua inauguração, em 2006.
Diversidade artística
Contudo, na frente artística, o Inhotim inaugurou uma galeria dedicada a uma artista consagrada: Yayoi Kusama, que criou obras imersivas e psicodélicas. Inhotim já realizou sete exposições temporárias que integraram o Programa Abdias Nascimento e o Museu de Arte Negra, em parceria com o Instituto de Estudos e Pesquisas Afro-Brasileiros (Ipeafro). O equipamento também comissionou seis trabalhos artísticos de artistas contemporâneos, instalados em diferentes espaços do parque.
Educação e meio ambiente
Na área de educação, o Inhotim criou a Diretoria de Educação, cujo objetivo é fortalecer as ações educativas do museu, ampliando o diálogo com os públicos, as comunidades e os territórios.
Já na área de meio ambiente, ao cumprir sua missão como Jardim Botânico, desenvolveu importantes ações de pesquisa e educação ambiental, recebendo o I Congresso Nacional de Jardins Botânicos, um encontro entre instituições de todo o país para discutir seus papéis na construção de cidades sustentáveis e trocar experiências sobre gestão de coleções botânicas. O lugar também sediou o 1º Encontro Brasileiro de Palmeiras, para dialogar sobre diversidade, conservação e paisagismo, tendo como ponto de partida a família botânica mais expressiva dos jardins do Inhotim.
Aporte financeiro
Vale destacar que as mudanças já começaram neste ano, e que incluem desde medidas de reestruturação até uma grande e inédita parceria de longo prazo entre uma empresa e uma instituição de arte contemporânea no Brasil. Ocorre que, ao longo dos próximos 10 anos, por meio de uma iniciativa inovadora no país, a Vale disponibilizará até R$ 400 milhões ao complexo botânico, arquitetônico e museológico localizado em Brumadinho.
E parte do valor será aplicado em um fundo patrimonial, com objetivo de garantir mais perenidade à entidade. Tal iniciativa gerou a entrada gratuita no lugar, que foi ampliada e os projetos educativos estão em processo de expansão, contribuindo para a democratização do acesso ao museu, um dos pilares fundamentais do projeto “O Inhotim de Todos e para Todos”. Por fim, há a expectativa que o turismo e a economia local –impactados pelo rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão – sejam estimulados.
Maior doação privada individual da história
Além disso, é importante destacar que todas essas ações acontecem após o equipamento cultural ter recebido, em 2022, a maior doação privada individual da história dos museus brasileiros – o que ocorreu quando Bernardo Paz, idealizador e criador do Inhotim, transferiu ao instituto o terreno onde o museu funciona, suas construções e centenas de obras contemporâneas.
Vale lembrar também que no mês de setembro, Bernardo foi responsável por firmar um contrato com o Grupo Clara Resorts, que tem como CEO Taiza Krueder, com o propósito de construir um resort de luxo dentro do maior museu a céu aberto da América Latina. A inauguração da primeira parte do hotel deve ocorrer em setembro de 2024.
Futuro
Para 2024, além da programação artística, botânica e de educação, que será divulgada no mês de janeiro, o Inhotim comunica ainda uma transição em seu organograma: Paula Azevedo assume como nova diretora-presidente do Instituto Inhotim, ao lado de Júlia Rebouças (diretora artística), Gleyce Kelly Heitor (diretora de educação), Luciana Zanini (diretora administrativo-financeira), Eduardo Mizuta (diretor de operações e infraestrutura) e Felipe Paz (diretor de relações institucionais). Juntos, os seis diretores formam a diretoria executiva do museu e jardim botânico.
Neste caso, Paula Azevedo substitui Lucas Pessôa, que deixa a presidência da instituição, cargo que ocupou de janeiro de 2022 até dezembro de 2023.
Em nota à imprensa, o instituto disse o seguinte:
“Lucas Pessôa e Paula Azevedo realizaram um trabalho significativo ao consolidar uma nova estrutura de gestão para a instituição, em um processo que visou estabelecer a vocação pública do Inhotim e a ampliação da participação da sociedade civil. Uma das primeiras medidas neste contexto foi a constituição de uma moderna governança, por meio da formação de um novo conselho deliberativo, um grupo amplo e representativo, que passou a integrar a instância máxima de gestão da instituição, atuando como guardião da governança do museu e contribuindo para sua perenidade.”
*Foto: Reprodução/https://www.instagram.com/p/C0b39t6rhJi/?img_index=5