Empresa de renegociação de dívidas dá dicas de como mensurar receitas, custos diários, além de diversificar investimentos, que podem resultar em uma renda passiva
Segundo especialistas, o processo para ter uma independência financeira demanda tempo e disciplina. Em primeiro lugar, é preciso definir um padrão de vida que permita o hábito de poupar e, consequentemente, construir um patrimônio. E é este patrimônio que pode gerar rendimentos periódicos no futuro, e que banquem o custo de vida do indivíduo ou de sua família.
Como conquistar uma independência financeira
De acordo com O Solucionador, empresa especializada em negociação bancária, para conquistar uma independência financeira é fundamental ter algum tipo de recorrência. Ou seja, a renda deve bancar o padrão de consumo, ao mesmo tempo em que esteja disponível com a frequência necessária para pagar as contas.
Já a construção de um patrimônio ocorre por meio de diversas fontes de receita, entre elas, o próprio salário. Mas a pessoa que tiver contato com o setor imobiliário, por exemplo, pode acelerar esse processo de ganhos através do aluguel de imóveis e o rendimento desses investimentos.
Padrão de consumo
Identificar qual é o seu padrão de consumo é bem importante para atingir a independência financeira. Isso envolve ter um fluxo de gastos, adotado ao longo da vida.
Para calcular o patrimônio necessário e viver apenas do rendimento desses recursos, segundo a economista, planejadora financeira CFP e professora da ESPM, Paula Sauer, é preciso dividir o custo anual do indivíduo ou da família pela rentabilidade dos investimentos.
Na prática, se o custo anual de uma pessoa ou família é de R$ 100 mil, sua rentabilidade média dos investimentos será de 5% ao ano. Nesse caso, será preciso ter investimentos de R$ 2 milhões para viver apenas dos rendimentos das aplicações.
Por outro lado, se o custo de vida aumentar, mas o investidor fizer resgates maiores das aplicações, ele precisa estar ciente que seus próximos rendimentos serão menores. Sendo assim, ele terá que adaptar seus gastos para as retiradas mensais menores, ou assumir o risco de seu patrimônio se desfazer ao longo do tempo.
Mudança de planos
Contudo, pode haver mudança de planos neste percurso da tão sonhada independência financeira, e imprevistos também podem ocorrer. Com isso, o custo de vida varia e a carteira de investimentos deve ser reajustada, também puxada pelo cenário econômico.
Em suma, variáveis como: inflação, taxa de juros, desemprego, políticas econômicas, guerras e eleições podem alterar todos os cálculos.
Em quanto tempo eu atingirei minha independência financeira?
A reposta é: depende. Isso porque uma pessoa pode preferir demorar um pouco mais a atingir este feito para manter um padrão de vida mais alto. Mas se a pessoa tiver urgência em usufruir desses rendimentos, a decisão implicará em retiradas mensais menores e um padrão de vida mais modesto.
Como poupar desde cedo
O valor inicial a ser reservado por mês pode ser baixo. O que importa é começar a formação de uma poupança o mais cedo possível, de modo que os juros sobre juros trabalhem a seu favor com o passar dos anos, explica a especialista.
A gestora explica também que os estudos indicam que uma pessoa que começa a poupar aos 25 anos acumula, em média, até cinco vezes mais do que uma pessoa que começou a poupar aos 50 anos, devido ao efeito multiplicador dos juros.
Perfil e tolerância de risco
Os mais conservadores, que não gostam de ver grandes oscilações no extrato, o Solucionador indica que há uma série de investimentos na renda fixa que oferecem um rendimento periódico via pagamento de juros e amortizações.
Nesta modalidade, os investimentos pagam juros reais, ou seja, acima da inflação, de modo a preservar o poder de compra no tempo.
Títulos públicos negociados na plataforma Tesouro Direto, como o Tesouro IPCA e o Tesouro Renda+, que oferecem uma taxa de juro prefixada mais a variação da inflação, são apontadas entre as opções mais acessíveis.
Títulos privados como as debêntures, emitidas por empresas do setor de infraestrutura, também costumam ser indexadas ao IPCA e oferecem taxas de remuneração acima dos papéis do governo. Todavia, nesse caso, é preciso estudar a respeito da saúde financeira da companhia antes de colocar o dinheiro.
Reserva de emergência
Já a reserva financeira tem o objetivo de lidar com eventuais emergências, como a perda de emprego, mas que seja suficiente para cobrir os gastos do dia a dia por um período de até três anos.
Essa reserva, diz Sigrid, deve estar em investimentos de baixo risco e alta liquidez, como títulos públicos pós-fixados, fundos DI e CDBs de grandes bancos.
Sendo assim, quando necessitar dos recursos, a pessoa não corre o risco de ter um saldo negativo ou ter de esperar semanas até conseguir acesso ao dinheiro.
Fundos imobiliários e ações
Trata-se de alternativas de perfil moderado e arrojado.
Esses fundos investem em imóveis como lajes corporativas, galpões logísticos e shopping-centers, e que pagam dividendos aos cotistas em periodicidades que podem ser mensais ou semestrais. Outro atrativo desta categoria é que os dividendos distribuídos têm isenção da tributação do IR (Imposto de Renda) para o investidor pessoa física.
Dicas de O Solucionador para quem busca a independência financeira
- busque maneiras de elevar a renda, construindo um patrimônio que possa gerar renda passiva no longo prazo;
- ter liquidez de três vezes o custo de vida anual em investimentos de renda fixa de baixo risco;
- velocidade da independência financeira depende do padrão de consumo almejado;
- formação da poupança deve começar o mais cedo possível, para que os juros sobre juros trabalhem a seu favor com o passar dos anos;
- tolerância a risco precisa ser levada em conta ao avaliar as alternativas de investimento;
- renda fixa, fundos imobiliários e ações são alternativas que podem compor a carteira de investimentos.
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