A cultura escolar pode ter mais de um significado por conter um conjunto de atores sociais que participam e interagem na construção do cotidiano da escola
Cultura escolar – definição
Do ponto de vista antropológico, a cultura pode ser comprometida como um sistema comum de significados. Neste caso, ela abrange conteúdos implícitos e explícitos. Porém, a cultura pode ou não ser aceita e seguir sendo reproduzida por meio de gerações por membros de um mesmo grupo social.
Sendo assim, de um modo simples, a cultura escolar possui mais de um significado por conter um conjunto de atores sociais que participam e interagem na construção do cotidiano da escola.
Cultura organizacional
Por outro lado, o conceito de “cultura organizacional” tem sua origem no universo empresarial e foi transposto para a educação na década de 1970. Tal período foi trazido para o Brasil e foi quando começou uma série de trabalhos de investigação sobre o tema. Além disso, foram fortalecidos nas décadas de 1980 e 1990.
A cultura escolar também parte do pressuposto de que as escolas, mesmo as integradas em contextos sociais mais amplos, desenvolvem uma cultura própria que ultrapassa sua racionalidade técnica enquanto instituição responsável pela formação educacional dos indivíduos e exprimem valores, representações e crenças de todos os seus membros.
Com isso, este tipo de cultura pode ser compreendido como a que tem na escola a sua origem.
Universo da cultura escolar
No universo escolar, a cultura é composta pela interação entre programas, currículos oficiais, normas e legislações. E de outro lado, há os resultados da ação praticada pelos atores envolvidos no desenvolvimento desses programas. Isso inclui: professores, gestores, funcionários, alunos e comunidade.
Função social
Já a função social da escola vai além da prestação de serviços educativos básicos alicerçados por uma estrutura burocrática. Isso porque os indivíduos e suas práticas são fundamentais para a compreensão de processos pedagógicos, de organização, de gestão e de tomada de decisões no seu interior.
Nesta situação, a capacidade de cada escola produzir sua própria cultura vem de sua habilidade em elaborar e reelaborar uma dinâmica interna a partir dos discursos, formas de comunicação e linguagens presentes no cotidiano escolar.
Organizações Escolares
Ainda sobre as organizações escolares, o educador português Antonio Nóvoa afirma que as escolas se constituem em uma territorialidade espacial e também cultural. Esta é a razão para mobilizar todas as dimensões da vida escolar: políticas, pessoais e simbólicas.
Neste contexto, a cultura escolar se manifesta e a identidade de cada escola é formada a partir de modos particulares de interagir, trabalhar, agir e pensar que se consolidam no dia a dia da escola. Com isso, as crenças e expectativas presentes nos membros de todos os segmentos que pertencem ao cotidiano escolar podem, por um lado, fortalecer e consolidar; assim como expressar resistências aos processos (formais ou informais) que nela se desenvolvem.
Conclusão – ao desprezar as diferenças entre as culturas das escolas pode impactar mudanças que porventura sejam propostas ao longo do processo educativo. Uma vez que mudanças aconteçam de modo efetivo é necessária sua apropriação pelos sujeitos e comunidades por elas impactados.
Desse modo, a escola enquanto espaço de produção de saber que não se limita a função de simples reprodutora de conhecimentos externos. Além de ela ser capaz de ressignificar e transformar práticas educativas sedimentadas ao longo do tempo.
*Foto: Reprodução