A frente de uma das maiores entidades gestoras de saúde, Padre Wagner Portugal comenta sobre as melhorias que implementou para vencer os constantes desafios na área da saúde
Em menos de 3 anos, o mundo enfrenta uma pandemia sem precedentes, que gerou e ainda gera muitas mortes e incertezas à população, além de uma guerra no continente europeu que traz consequências muito alarmantes para o mundo como um todo.
Impacto no setor da saúde
Os dois eventos citados acima têm relação e impacto diretos no setor da saúde, que dispara em demanda e recursos para atender os pacientes. De acordo com a Associação brasileira da indústria de tecnologia para saúde, a Abimed, 100% das empresas ouvidas na sondagem do primeiro trimestre apontaram aumento nos gastos setoriais cuja origem é principalmente oriunda da logística e flutuações de câmbio.
Conversamos com Wagner Augusto Portugal, diretor executivo da Organização social Pró-Saúde, que nos contou um pouco sobre os impactos destes eventos nos custos da entidade e formas que encontrou de driblar os percalços que impactam tanto um setor importante como a saúde.
“Nesse momento crítico, uma decisão tomada poucos anos atrás se mostrou eficiente e assertiva: centralizar a compra de suprimentos para nossa carteira de clientes no escritório corporativo. Por meio da Central de Compras, que atua em larga escala para abastecer mais de 20 unidades hospitalares, a Pró-Saúde conseguiu economizar até 40% em 2021, na aquisição de insumos e suprimentos hospitalares.” Conta Padre Wagner Portugal.
Ele explica que ao centralizar o método de compras, conseguem negociar junto aos fornecedores preços abaixo do valor de mercado, o que gerou uma economia significativa para os hospitais públicos e privados.
Além da área comercial
Não é só na área comercial que a contenção foi utilizada, Padre Wagner Portugal comenta também outro ponto-chave para melhorar a sustentabilidade do setor em tempos de crises:
“Outro ponto essencial no âmbito do abastecimento das unidades hospitalares foi a logística. Considerando a capilaridade da nossa atuação e, novamente, as localidades remotas onde atuamos e a alta recorrentes dos combustíveis, esse ponto exigiu esforços adicionais, como forte investimento em inteligência para distribuir o acesso dos fornecedores, planejamento e mapeamento de novos parceiros para garantir o abastecimento de estoque de suprimentos.”
De acordo com a Abimed, cerca de 30% das empresas apresentaram alta de custo superior a 20% comparado com o mesmo período de 2021. Apesar disto, mesmo com a guerra na Ucrânia, não observaram impacto nos produtos que são importados.
Conflitos externos
Apesar do cenário aparentemente pouco preocupante, caso o conflito se postergue, aumentam as chances de gerar novos impactos no setor.
Entre todas as incertezas que rondam o setor, a Abimed constatou através de seu levantamento que 90% das empresas esperam fechar o seu faturamento do primeiro trimestre maior que o período de 2021 e 45% planejam aumentar seus investimentos.
Foto: Reprodução/Unsplash