Territórios Colaborativos pela Educação surgiu da Tecnologia Social e do sonho de transformar a vida de crianças para que tenham direito a uma educação pública de qualidade
Localizado na Chapada Diamantina, o Instituto Chapada de Educação e Pesquisa (Icep) promove há mais de 20 anos o sonho de transformar a vida de crianças, garantindo que elas tenham direito a uma educação pública de qualidade.
No início, havia grandes desafios, como escassez de recursos, falta de coordenadores pedagógicos nas escolas, além de não contar com redes de educação articuladas. Diante desse cenário, a educadora Cybele Amado tece a ideia de reunir educadores e gestores. O objetivo era promover um movimento de colaboração em torno desse propósito.
Territórios Colaborativos pela Educação
Nasceu assim o Territórios Colaborativos pela Educação. Ele atua em três pilares:
- na formação continuada de educadores, gestores e equipes técnicas das redes municipais;
- na produção de materiais didáticos e documentos curriculares municipais; e na mobilização sociopolítica de atores sociais para a permanência das boas práticas e políticas educacionais nos municípios.
Articulação
Além disso, a tecnologia educacional realiza a articulação com os setores: público, privado e a sociedade civil. Além de trocar experiências entre redes, com foco na colaboração e a implantação e fortalecimento da política municipal de formação continuada vinculada às práticas profissionais.
Já em relação à metodologia, a diretora presidente e pedagógica do Instituto Chapada, Elisabete Monteiro, afirma:
“Nessa metodologia, é fundamental que a comunidade e os educadores legitimem todas as estratégias que se pretenda aplicar a fim de criar um ambiente educador em cada cidade.”
Abrangência
Hoje, a rede Icep abrange 285 mil estudantes, 2.600 escolas e mais de 15 mil educadores. A tecnologia é largamente aplicada em todos os municípios de atuação do Instituto Chapada.
Além disso, também abrange em torno de 30 cidades da Bahia, em quatro territórios: Chapada Diamantina e Regiões, Litoral Sul, Agreste Litoral Norte, Salvador e região metropolitana.
Já os territórios da Chapada Diamantina e Regiões e do Agreste Litoral Norte atuam em regime de colaboração por meio dos Arranjos de Desenvolvimento da Educação (ADE). Contudo, neste ano, a tecnologia está em expansão também nos estados de Alagoas e São Paulo.
Dimensões
Há ainda seis dimensões destacadas pelo “Territórios Colaborativos pela Educação”:
- participação dos pais e da comunidade no planejamento da educação municipal;
- consolidação de espaços de acompanhamento, análise e reflexão da prática didática nas redes municipais parceiras;
- gestão pública mais comprometida com resultados na educação e articulada em níveis intramunicipal e intermunicipal;
- redução significativa dos índices de reprovação e abandono dos estudantes à escola;
- aumento do número de crianças plenamente alfabetizadas (89% no 2º ano de escolarização);
- e crescimentos das notas nas avaliações nacionais como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).
Material disponível nas redes sociais
A iniciativa disponibiliza todo material produzido por meio das redes sociais do Icep. Sendo assim, as publicações podem ser acessadas e baixadas gratuitamente no site da instituição. já o vídeos estão disponíveis no canal do YouTube.
Histórico
Tudo começou em 1997, com o Programa de Desenvolvimento e Auxílio ao Professor, no município de Palmeiras (BA), abrangendo escolas rurais, desenho inicial do que viria a ser uma tecnologia colaborativa.
Dois anos depois recebeu investimento, comprometimento e participação coletiva em prol da qualidade da educação pública. Com isso, nasceu o Projeto Chapada, elaborado por educadores, comunidade local, associações de agricultores, pais e secretários municipais de educação de 12 municípios da Chapada Diamantina. Desse trabalho coletivo surgiu em 2016 o Instituto Chapada, organização que acredita na educação como principal instrumento de inclusão, de crescimento social e democracia.
Fundação Banco do Brasil
Em 2019, a metodologia recebeu a certificação no Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social. Sobre isso, Elisabete destaca:
“É um orgulho e uma alegria ter a certificação, pois é um reconhecimento da Tecnologia Social criada e desenvolvida pelo Instituo Chapada, há mais de 20 anos, de forma colaborativa com parceiros públicos e privados que acreditam na transformação da educação. O selo valoriza e reforça a importância da nossa atuação, demonstrando que é uma tecnologia que traz resultados efetivos para as comunidades em que atuamos e que pode ser replicada em outros territórios.”
Outro banco que também promove ações sociais ligados à educação é o Itaú, por meio do programa Itaú Social.
Inscrições
A instituição que quiser participar do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2021 tem até o dia 28 de maio para se inscrever. Basta acessar o site oficial da Fundação Banco do Brasil e clicar na aba prêmios.
Os resultados de cada fase do Prêmio (certificadas e finalistas) serão divulgados no portal de notícias da Fundação BB e também na Plataforma Transforma.
Podem participar entidades sem fins lucrativos, como instituições de ensino e de pesquisa, fundações, cooperativas, organizações da sociedade civil e órgãos governamentais de direito público ou privado, legalmente constituídas no Brasil.
*Foto: Divulgação