Educação em Diadema foi discutida em evento que reuniu quase 2.000 pessoas a cada dia e contou com a participação do cantor Emicida no dia de encerramento
O Congresso Municipal de Educação PPP Participativo: Caminhos de Construção da Justiça Curricular, realizado em Diadema entre os dias 22 e 25 de fevereiro, foi um momento de consolidação da concepção de educação popular democrática voltada para justiça curricular e organizada por meio do PPP (Projeto Político Pedagógico) Participativo. É o que avaliou a secretária de Educação do município, Ana Lucia Sanches. Durante quatro dias, o Congresso reuniu especialistas de diferentes áreas da educação e permitiu que toda a rede, desde os funcionários da parte operacional, como limpeza e agentes de cozinha, até os professores e equipes gestoras, participasse das mesas de diálogo.
Educação em Diadema
Foram quase 2.000 participantes a cada dia e participação do rapper Emicida no evento de encerramento. Além disso, Ana Lucia explicou que o PPP Participativo é a principal ação de organização da prefeitura na educação em Diadema.
“Ele organiza, centraliza, faz as escolas refletirem sobre seus objetivos conceituais, sua prática pedagógica e a estrutura que a escola deve ter dentro desse modelo”, declarou. “O PPP é essa linha mestra que organiza toda a rede municipal e que tem dentro dele um princípio. Um sentido. E ele se chama justiça curricular.”
E ainda disse que para uma cidade pobre como Diadema, com camadas muito sofridas, necessita que a escola conte com um olhar sensível e cuidadoso.
Justiça curricular
Por outro lado, a secretária explicou que as dimensões da justiça curricular inclui a qualidade da educação, a vivência democrática e a participação numa política popular e todo o cuidado que este implica:
“Estamos com o PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação) em curso, o GRA (Grupo de Recomposição de Aprendizagem) tem alcançado resultados expressivos no aprendizado dos estudantes e isso fala da nossa qualidade.”
Ana Lucia também acrescentou que as perguntas vindas dos alunos ajudaram a formular a participação de Emicida. E tornou o encontro com o rapper em uma vivência democrática participativa e não um falso democrático. Porém, é a fala dos estudantes e significa força que a escuta dos alunos, “desde os mais pequenos, reverbera nessa construção democrática”.
População negra e racismo estrutural
Por outro lado, Ana Lucia frisou que a dimensão do cuidado passa pelo reconhecimento que Diadema é uma cidade de maioria de população negra e que por conta do racismo estrutural há desigualdades no aprendizado na frequência desses estudantes nas aulas.
“A justiça curricular também está relacionada às questões étnico-raciais e não por acaso todas as nossas mesas abordaram essa perspectiva. Cuidar significa se comprometer afetivamente. Por isso o Emicida foi a nossa grande pérola de todo esse processo, porque ele solidificou o sentimento de potência de que a gente pode delicadamente enfrentar nossos problemas.”
Conclusão do encontro sobre a educação em Diadema
Por fim, a secretária disse que o grande objetivo do Congresso era sensibilizar todos os educadores e exatamente por isso é que toda a rede municipal de ensino da região participou do evento:
“Todas as palestras foram gravadas e vão ser trabalhadas junto aos educadores por meio do HTPC (Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo), todas as sugestões e apontamentos feitos pelos palestrantes serão objeto de reflexão, de discussão, nesse processo de formação permanente da nossa rede.”
*Foto: Reprodução/Unsplash (CDC)