Habilidades de leitura entre crianças envolve o exame Pirls, que avalia a capacidade de leitura de alunos do 4º ano do ensino fundamental; Brasil participa pela primeira vez do teste
Na 39ª posição entre 43 países, o Brasil está atrás de nações pobres, como Azerbaijão e Uzbequistão, em um exame internacional que mede habilidades de leitura de alunos do 4º ano do ensino fundamental (de 9 a 10 anos de idade).
O setor de educação brasileiro também conta com projetos de incentivo à leitura infantil, como o Ler Para Crescer.
Habilidades de leitura entre crianças
Já os resultados das habilidades de leitura entre crianças do 4º ano do ensino fundamental, o Pirls 2021 (Progress in International Reading Literacy Study) foram divulgados na terça-feira (16) e marcam a estreia brasileira na avaliação, existente desde 2001.
Prova
O que a prova mede?
O teste avalia a capacidade de as crianças compreenderem textos, estabelecerem conexões entre as informações lidas e desenvolverem um senso crítico a respeito de um conteúdo.
Como funciona?
É uma prova aplicada para alunos das redes pública e privada, com questões dissertativas e mais complexas do que as utilizadas nos exames nacionais de leitura, como o Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica).
Quando a avaliação foi aplicada?
Por causa da pandemia e das restrições no funcionamento das escolas, os 400 mil estudantes, dos 43 países participantes, foram avaliados em datas diferentes — de outubro de 2020 a julho de 2022. No Brasil, os estudantes participaram no fim de 2021.
ONG Todos Pela Educação
De acordo com Gabriela Corrêa, diretor de políticas públicas da ONG Todos Pela Educação
“Não só estamos entre os últimos países do ranking, como também temos um dos maiores índices de desigualdade entre os estudantes.”
Ele disse ainda que tudo que ocorreu na pandemia, incluindo escolas fechadas, acesso precário ao ensino remoto e falta de coordenação nacional do governo federal, trouxe impactos. “Há muito o que evoluir”.
Só 13% dos brasileiros possuem nível de aprendizado adequado
Por fim, os dados individuais são preocupantes, afirmam especialistas ouvidos pelo g1. 38% dos estudantes brasileiros não dominavam as habilidades mais básicas de leitura. E só 13% foram classificados, segundo a avaliação, como proficientes.
Para Anna Helena Altenfelder, presidente do conselho de administração do Cenpec (organização que busca a equidade na educação):
“É um cenário difícil. E pode ser que a situação seja mais grave, porque a avaliação considera os alunos que estavam na escola. Sabemos que, na pandemia, quase 2 milhões de crianças ficaram sem aulas.”
*Foto: Reprodução/Unsplash (Ismail Salad Osman Hajji dirir – https://unsplash.com/pt-br/fotografias/v7FT5ngIEfA)