Instituto Inhotim abrirá no dia 23 mais duas novas mostras temporárias
O Instituto Inhotim abre ao público, no dia 23 de setembro (sábado), duas novas exposições temporárias: “Fazer o moderno, construir o contemporâneo: Rubem Valentim” e “Direito à forma”, na Galeria Lago e na Galeria Fonte, respectivamente. As mostras integram o Programa Abdias Nascimento e o Museu de Arte Negra e ficam em cartaz até o próximo ano.
Vale lembrar que em setembro de 2024, o grupo Clara Resorts, da CEO Taiza Krueder já terá entregado o primeiro hotel com 44 quartos, e que coincide com o festival gastronômico de Inhotim. Após esta primeira entrega, o plano é construir um novo prédio com mais 100 quartos e um spa, cujos projetos serão escolhidos em concurso. Por fim, construir um novo hotel, na fazenda vizinha ao museu. A empresária e o Bernardo Paz, criador de Inhotim, firmaram um acordo, anunciado no mês passado. Com isso, o museu terá seu próprio hotel, facilitando a hospedagem dos visitantes.
Novas mostras no Instituto Inhotim
Com diversidade de artistas e técnicas, ambas as exposições trazem distintas possibilidades da presença negra no campo da arte e contam com a curadoria conjunta entre Igor Simões, curador convidado, e da curadoria do Instituto Inhotim, com Lucas Menezes e Deri Andrade, curadores assistentes do Inhotim. As exposições contam com o Patrocínio Master da Shell por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Fazer o moderno, construir o contemporâneo: Rubem Valentim
O núcleo central da exposição “Fazer o moderno, construir o contemporâneo: Rubem Valentim” é composto por obras de diferentes épocas da sua produção: desde pinturas da década de 1950, passando por seus relevos, objetos e emblemas serigráficos, até registros da construção do “Marco Sincrético da Cultura Afro-Brasileira”, monumento em concreto de mais de oito metros de altura, erguido na Praça da Sé, em São Paulo, em 1978. Também integra a exposição trabalhos de outros artistas que apresentam interseções com o fazer artístico de Rubem Valentim, ampliando os debates que a exposição propõe.
Já a exposição coletiva Direito à forma evidencia trabalhos de artistas de variadas temporalidades e formas, como Ayrson Heráclito, Emanoel Araujo, Lucia Laguna, Luana Vitra, Mestre Didi, Mulambö, Rommulo Vieira Conceição, Sônia Gomes, Rebeca Carapiá e Yhuri Cruz. Soma-se à mostra uma programação educativa com curadoria de Jana Janeiro, curadora pedagógica convidada.
“O que está em jogo nas duas exposições são as inúmeras possibilidades de presença negra no campo da arte, para além de definições que tentam encapsular a produção artística afro-brasileira em um conjunto limitado de manifestações. A experiência Atlântica também, nos dois casos, se abre como um campo de extrema importância para pensar essa produção. O que temos nas duas exposições são as provas concretas que qualquer tentativa de compreensão da arte brasileira tem de passar pela produção de artistas negros”, elucida Igor Simões, curador convidado das novas mostras.
Sobre o artista Rubem Valentim
Rubem Valentim (Salvador, 1922 – São Paulo, 1991) se formou como artista nos espaços dos ateliês e das exposições, no trânsito entre Salvador, Rio de Janeiro, Londres, Roma, Veneza, Brasília, Dacar, São Paulo, entre outros lugares do mundo. Desde a década de 1950, o artista é figura ativa no circuito de exposições; ele integra a Bienal de Veneza em 1962, está presente em oito panoramas promovidos pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo entre 1969 e 1988, assim como em diferentes bienais de São Paulo. Sua obra, marcada por emblemas e símbolos, geometrias complexas, composições bidimensionais, relevos, objetos, composições e cores, conecta Áfricas, Américas e Europas.
A exposição Fazer o moderno apresenta um conjunto de obras da coleção do Instituto Inhotim que contempla mais de trinta anos de produção do artista, articuladas a trabalhos cedidos pelo Museu de Arte Moderna da Bahia, pelo Museu de Arte Contemporânea de São Paulo e pelo Museu de Arte da Pampulha.
Em vizinhança com as obras de Rubem Valentim, são incorporados à exposição trabalhos de outros artistas como Mestre Didi, Rosana Paulino, Emanoel Araujo, Jaime Lauriano, Rebeca Carapiá, Allan Weber, Bené Fonteles, Rubiane Maia, Froiid e Jorge dos Anjos. Dos artistas mineiros Froiid e Jorge dos Anjos são exibidas novas obras comissionadas pelo instituto. O primeiro apresenta uma instalação composta por 25 quadros que terão sua disposição alterada diariamente. Já Jorge dos Anjos traz duas esculturas em aço, uma exposta no espaço da galeria e outra na área externa. Em articulação com o espaço expositivo, a mostra conta com um espaço ateliê que será ativado a partir de programação pedagógica construída pelo Educativo do Inhotim.
Direito à forma
Mais de 30 artistas participam da mostra coletiva Direito à forma, em interlocução com a coleção do museu, que tem se formado a partir de novas aquisições com foco na produção de autoria negra. A exposição apresenta um panorama da produção de pessoas artistas negras, de diversos períodos.
“O direito a uma investigação formal é o ponto de partida das obras que ocupam o espaço. Seja em consonância ou em contraposição, esses trabalhos reposicionam uma discussão sobre a arte de autoria negra, muito relacionada, nos últimos anos, à figuração. Ancorada, assim, em pesquisas diversas, a mostra traz um panorama da arte produzida atualmente no país e fora deste, mostrando-se enquanto um local de debates e construções narrativas para uma outra história da arte no Brasil”, explica Deri Andrade, co-curador de Direito à forma.
Artistas participantes da mostra Direito à forma
André Vargas, Antonio Tarsis, Ayrson Heráclito, Ana Cláudia Almeida, André Ricardo, Castiel Vitorino Brasileiro, Cipriano, Edival Ramosa, Edu Silva, Emanoel Araujo, Eneida Sanches, Iagor Peres, Isa do Rosário, Igshaan Adams, Helô Sanvoy, Jabulani Dhlamini, Juliana dos Santos, Lucia Laguna, Luana Vitra, Marcel Diogo, Mestre Didi, M0XC4, Mulambö, Rommulo Vieira Conceição, Siwaju Lima, Rubem Valentim, Raquel Gerber, Rebeca Carapiá, Sônia Gomes, Tadáskía, Thiago Costa e Yhuri Cruz.
*Foto: Reprodução/Google Maps