Jovens aprendizes contam com o respaldo da lei nº 10.097/2000
Em vigor no Brasil desde 2000, a lei nº 10.097/2000, conhecida como lei da aprendizagem, foi criada para incentivar empresas a investirem em novos talentos, contratando estudantes a partir dos 14 anos, a fim de desenvolvê-los e inseri-los de modo assertivo no mercado de trabalho. A partir dessa lei, a contratação de jovens menores passou a ocorrer de forma mais recorrente, padronizada e segura, garantindo assim que a juventude fosse integrada em ambientes corporativos, mesmo antes de completar o ensino médio, reduzindo o desemprego deste grupo.
Investimento em jovens aprendizes
No entanto, apesar de ser válida para todas as empresas consideradas de médio a grande porte, que contam com mais de sete colaboradores, muitas delas não seguem essa norma e são penalizadas por isso, através do pagamento de multas. Mesmo assim, muitos permanecem não investindo em jovens aprendizes por diversos motivos e, entre eles, o pensamento retrógrado, mas que ainda permeia no meio corporativo, de que contratar e formar novos profissionais é um custo e não um investimento. Porém, isso é um erro que vai muito além do ponto de vista jurídico e financeiro.
Em suma, quando um jovem aprendiz é inserido no mercado de trabalho, o contratante tem a oportunidade de formar um colaborador, que dispõe de toda energia e disposição em aprender, do zero. Ou seja, totalmente dentro da cultura e dos valores da sua empresa ou instituição. Ter um jovem aprendiz em sua equipe, que tem outra visão de mundo, novas ideias e formas de fazer o trabalho ocorrer, também contribui para a construção de um ambiente corporativo mais diverso, moderno, empático e inovador.
Investimento a longo prazo
Além disso, quando a empresa aposta em um novo talento, ela está investindo em um colaborador a longo prazo, que se desenvolverá ao mesmo tempo que conhecerá todo o processo da empresa, tendo em vista que, como aprendiz, ele começará a sua trajetória em atividades de menor grau de complexidade, sendo possível desenvolvê-lo até que ele esteja pronto para assumir maiores responsabilidades e alçar voos mais altos dentro da organização. Todavia, a grande vantagem neste cenário é, em um futuro não tão distante, ter um gestor de alta confiança que conhece minuciosamente os processos, modus operandi e valores da empresa que ele representa.
Sociabilidade
Do ponto de vista social, o investimento em novos talentos é ainda mais importante. Isso porque inserir um jovem no mercado de forma assertiva, garantindo seu desenvolvimento e seus direitos, significa, muitas vezes, tirá-lo de um cenário de vulnerabilidade e de um ambiente hostil, de pobreza e até mesmo da criminalidade, dando a ele a oportunidade de aprender e trabalhar a favor da realização dos seus sonhos e projetos de vida. O resultado dessa equação é uma sociedade mais justa, equitativa e até menos violenta. Todos saem ganhando.
Mas, quando uma empresa não aposta na juventude, é dizer para milhares de jovens brasileiros que sonham e que buscam, através da educação e das oportunidades de trabalho, ter uma vida melhor, que eles não podem. Por isso, é necessário que as empresas e organizações reflitam e que não deixem a empatia, a justiça e a busca por uma sociedade melhor apenas no papel.
*Foto: Reprodução/https://br.freepik.com/fotos-gratis/colegas-sorrindo-falando-discutindo-desenhos-novas-ideias-no-escritorio_7591611.htm#query=primeiro%20trabalho%20de%20jovens&position=7&from_view=search&track=ais&uuid=866d0c4c-ed94-45ab-8382-68b999d91f37