Secretário de Saúde do estado defende suspensão das aulas presenciais em SP por causa da pandemia
O secretário da Saúde do estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, defendeu a suspensão das aulas presenciais em todo o estado. Como justificativa ele explica sobre o risco que a circulação de pessoas pode trazer em razão da volta às aulas.
“Se nós estamos entendendo que as pessoas estão em risco circulando temos que avaliar as situações em que as pessoas estão expostas, então temos que avaliar as escolas. O problema não são as escolas, mas a circulação das pessoas em seus entornos. Professores, pais que levam os filhos, no transporte público. Nos próximos dias vale a observação disso.”
Suspensão das aulas presenciais em SP
Além disso, o secretário pretende levar o tema para análise com especialistas do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo.
Em contrapartida, o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, tem defendido que as escolas sejam as últimas a fechar e as primeiras a abrir. Isso porque em razão do longo tempo de fechamento vem causando prejuízos às crianças e adolescentes. Ou seja, sua afirmação é uma clara divergência na equipe do governador João Doria (PSDB).
Rede estadual
No dia 8 de fevereiro, a rede estadual retomou as atividades presenciais. Na ocasião, o governo do Estado autorizou a abertura das unidades escolares mesmo nas fases mais restritivas do Plano São Paulo. Portanto, a área de educação ficou como serviço essencial. Desde então, as escolas estão funcionando em esquema de rodízio e com capacidade até 35% dos alunos matriculados.
Na mesma época, outros estados também retomaram suas atividades presenciais, o que inclui o Rio de Janeiro.
Carta aberta
Na segunda-feira (1), secretários estaduais publicaram carta aberta ao governo federal pedindo pelo estreitamento das medidas de prevenção à Covid-19, além do retorno do auxílio emergencial. Gorinchteyn não assinou a carta.
A suspensão das aulas presenciais em SP é uma das medidas pedidas pelos secretários. Entre as outras estão o toque de recolher noturno — das 20h às 6h — e aos finais de semana; “restrição em nível máximo” das atividades em regiões com ocupação de leitos acima de 85%; proibição de eventos presenciais como shows, atividades religiosas e esportivas; fechamento de bares de praias, além da adoção do trabalho remoto nas esferas públicas e privadas.
Conselhos educacionais
Entretanto, os conselhos educacionais divergem sobre as aulas presenciais. O Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação), por exemplo, criticou por meio de nota o que chamou de “defesa da suspensão das atividades presenciais de todos os níveis da educação do país”.
Vale ressaltar que a manifestação do Consed acontece um dia após o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) pedir a suspensão do funcionamento das escolas, entre outras medidas, para conter o avanço da pandemia no Brasil.
Fechamento há quase um ano
Todavia, o conselho que reúne os secretários estaduais de Educação ajuíza que a maior parte das escolas do país, principalmente no ensino público, está fechada há quase um ano, “com graves prejuízos para aprendizagem e para os aspectos socioemocionais”.
Portanto, diante deste cenário, o Consed sugere que comitês científicos, autoridades sanitárias e gestores educacionais definam, “localmente, com serenidade, sobre o modelo organizacional de ensino nas escolas, com segurança para estudantes e profissionais, observando os possíveis prejuízos educacionais que podem penalizar milhões de estudantes brasileiros”.
*Foto: Divulgação