Confecção da viola de cocho pantaneira foi repassada e acompanhada pelo mestre cururueiro Sebastião de Souza Brandão.
Alunos de quatro escolas públicas de Campo Grande participaram da oficina que ensinou a confecção da tradicional viola de cocho pantaneira. Além disso, tudo foi repassado e acompanhado de perto pelo mestre cururueiro Sebastião de Souza Brandão.
Confecção da viola de cocho pantaneira
Contudo, na sala de aula o som predominante era o da animação e do chiar das lixas nas pequenas violas de cocho confeccionadas pelos alunos. Depois do objeto bem lixado chegou a hora da personalização, com canetinhas que foram distribuídas aos alunos, que fizeram os mais variados desenhos. Porém, foi considerado o próprio gosto ou emoção do momento. Depois foi a vez das cordas e de brinde o sorriso de dever cumprido inevitável do mestre Sebastião.
Oficinas
Na EM Professor Vanderlei Rosa de Oliveira, no bairro Novos Estados, em Campo Grande, a oficina que ensinou a cultura da construção deste instrumento foi realizada durante dois dias e deixou alunos e professores encantados. De acordo com a diretora Lucinele Fernandes de Oliveira.
“Nossos alunos que participam da oficina de violão, que aprendem a tocar, participaram da confecção da viola. E foi maravilhoso. O seu Sebastião é muito detalhista, colocou cordas em todas as mini violas feitas pelos alunos.”
Produção artesanal
Além disso, o mestre Sebastião se destaca pelo trabalho que desenvolve na produção artesanal da viola de cocho e na difusão das danças populares, como o Cururu, que é reconhecido estadual e nacionalmente.
O mestre que possui experiência em ministrar palestras e oficinas de artesanato, além de habilidade no tratamento da matéria-prima e na confecção das peças, ele possui a criatividade que o caracteriza como artista singular.
O mestre também é responsável pela difusão dos conhecimentos sobre o patrimônio cultural de Mato Grosso do Sul, associados à tradição da viola de cocho. As oficinas em escolas da Capital dão oportunidade aos alunos da rede pública de vivência prática das manifestações culturais tradicionais que compõem a identidade cultural do Estado.
Aproximação de gerações
Por outro lado, para os alunos e professores da escola, a experiência única aproximou gerações e foi de muito aprendizado. Milena de Souza, do 6º ano afirma que gostou da oficina e aprendeu a fazer instrumentos, além de usar a criatividade.
Já para a pequena Dafny Fernandes, de 8 anos, aluna do 3º ano, disse o seguinte:
“Esta semana a gente teve apresentação do senhor Sebastião para amostrar a viola de cocho. Eu gostei que a gente fez, lixou e pintou. Foi bem legal.”
Experiência maravilhosa
Para a professora de música da escola, Ketlen Ane, foi uma experiência maravilhosa e ter contato com o folclore.
“Os alunos aproveitaram todo o conhecimento e aprenderam como são os movimentos folclóricos em Corumbá. É motivo de muito orgulho, inclusive a construção de um instrumento que é próximo ao violão. E os alunos ainda conseguiram tirar um som junto com o seu Sebastião.”
Organização
A oficina foi oferecida gratuitamente pela FCMS (Fundação de Cultura de MS) em quatro escolas públicas de diferentes regiões da Capital, além da EM Professor Vanderlei Rosa de Oliveira, também ocorreu na EM Professora Oliva Enciso, no Tiradentes, e na EE Amando de Oliveira, na Vila Piratininga. Na sexta-feira passada (24) a oficina foi realizada na EM Professora Lenita de Sena Nachif, no Jardim Centro Oeste.
O projeto oferece aos alunos de escolas públicas da Capital a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos sobre o artesanato de referência cultural e o patrimônio cultural de MS, além de fomentar a cultura regional e inspirar novos artesãos. A oficina faz parte das ações desenvolvidas pela FCMS durante a Semana do Artesão.
Por fim, mestre Sebastião disse:
“Eu vou fazer 90 anos, agora tenho meu neto que me ajuda na produção das violas. É preciso deixar alguém para cuidar disso tudo, não deixar a tradição morrer. E cada violinha dessas feita é um pouco da tradição que fica em cada aluno.”
*Foto: Reprodução/Flickr (Mundo Mal Enquadrado)