Leo Burd e Lilian Bacich discutiram desafios e propostas para o ensino híbrido, durante plenária na Jornada Bett Online
Na semana passada, aconteceu a 2ª Jornada Bett Online. O evento discutiu os desafios e as possíveis abordagens para o ensino híbrido, especialmente neste momento em que alunos e professores passam a voltar gradualmente para a sala de aula. A plenária juntou Leo Burd, diretor e cofundador da Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa (RBAC).
Segundo Lilian Bacich, doutora em psicologia escolar, a respeito dos novos rumos da educação frente diante da pandemia de Covid-19:
“O caminho que estamos tomando hoje não tem mais volta.”
Vale lembrar que ainda em 2020, o MEC homologou uma resolução sobre o prazo para o ensino remoto.
Ensino híbrido como caminho sem volta
Na plenária, a principal defesa dos ministrantes dentro da temática visa a integração do digital com o presencial (que é o grande mote do ensino híbrido). Unindo os dois universos. Sendo assim, o que pode ser começado na hora de passar para o presencial por meio da argumentação, da troca e da relação entre as pessoas.
Nesta etapa, o professor deve se voltar para a resolução de problemas e colocá-los em xeque, expandindo esse conhecimento que o aluno já adquiriu em modo remoto.
É preciso ter empatia e criatividade
Além disso, Leo Burd cita como exemplos alguns professores que já estão fazendo tudo isso dentro do ensino híbrido. Portanto, ele frisou sobre a importância da aprendizagem criativa com um olhar mais humano (o estudante) e o ambiente em que está inserido, usufruindo das ferramentas que estão à disposição. Ele destaca ainda sobre professores que usaram softwares e demais recursos tecnológicos para engajar e receber relatórios de desempenho de seus alunos.
Por outro lado, em outro caso, uma professora de matemática criou um bingo como atividade para melhorar o desempenho da aprendizagem nesta disciplina geralmente vista com hesitação.
“O exercício da aprendizagem permite que exploremos o desconhecido. E isso só é possível com confiança em si e em quem está ao redor, que neste caso é o professor.”
Entender quem é o aluno
Bacich chama a atenção também do quão importante é entender quem é o aluno.
“É importante entender quem é o aluno e, a partir da sua realidade, pensar que tipo de experiência vai fazer sentido, criando um roteiro de atividades que envolvam seu ambiente e sua família, isso não só do ensino híbrido, mas mesmo no ensino presencial.”
Escola e família na mesma direção
Em contrapartida, uma educadora salientou por meio de um chat sobre a importância de a escola e a família seguirem na mesma direção. Ou seja, a família é uma parte importante e que deve ser considerada no ensino híbrido. Isso tanto para estimular os estudos e realização das atividades, quanto para participar junto com elas colocando a mão na massa ou mesmo criando e permitindo um espaço para explorar esse momento.
Três principais elementos para se pensar ensino híbrido
Segundo Burd e Bacich, os três principais elementos para se pensar em um ensino híbrido são: coerência, abrangência e continuidade. Eles estão alinhados na hora da avaliação.
Todavia, o educador deve se perguntar o que é mais coerente a ser avaliado. E isso a partir do que foi proposto. Na prática: para projetos criativos, exige-se critérios diferentes de avaliação.
Abrangência no sentido de objetividade e finalidade da atividade; e por fim, continuidade: “não adianta deixar o feedback para o aluno ao final do bimestre, mas sempre que houver oportunidade, como por exemplo, durante o andamento das atividades”, finaliza Bacich.
*Foto: Divulgação