Cotidiano educacional em São José contará com práticas pedagógicas que valorizam contribuições desses povos para construção do país
Há 20 anos, foi criada a Lei Federal nº 10.639/2003 para inclusão da temática “História e Cultura Afro-Brasileira” no currículo da rede de ensino de São José (SC). E neste período já é uma realidade nas unidades educativas municipais com a implantação da Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER).
Cotidiano educacional em São José
Além disso, o cotidiano educacional em São José conta com temáticas que envolvem a história e cultura dos antepassados. Ele ocorre nos Centros Educacionais Municipais (CEMs) e Centros de Educação Infantil (CEIs). Trata-se de uma abordagem que valoriza os feitos desses povos que contribuem para a história brasileira. É o que explica a assessora pedagógica da Secretaria Municipal de Educação, Rosa Maria de Jesus da Silveira:
“Não podemos pensar na contribuição e riqueza que os povos indígena e africano trouxeram para o Brasil em apenas um mês ou em um dia. Precisamos falar sobre isso durante todo o ano. A intenção é que essa presença – tão negada ao longo da história da construção do nosso país – seja vista.”
Formação continuada
Contudo, para contribuir para a efetividade das ações da ERER, a Prefeitura de São José investe na formação continuada dos profissionais de educação e disponibiliza acervo bibliográfico e materiais didáticos para as unidades, revelou o prefeito Orvino Coelho de Ávila:
“São ações para promoção do respeito, da diversidade racial e para valorização desses povos.”
Práticas educacionais
Em 2022, o Seminário de Práticas Pedagógicas em Educação para as Relações Étnico-Raciais compartilhou experiências educacionais desenvolvidas na rede municipal.
Um dos projetos apresentados foi o da Escola Básica Municipal (EBM) Altino Corsino da Silva Flores, que fica em Barreiros, que levou os estudantes do 9º ano a refletirem sobre o racismo linguístico. Os alunos aprenderam que muitas palavras e expressões, oriundas de uma construção colonial e racista, são discriminatórias e devem ser substituídas.
Escolas públicas angolanas
Por outro lado, no CEI Santo Antônio, no bairro Fazenda Santo Antônio, as crianças trocaram experiências com escolas públicas angolanas. A iniciativa faz parte do projeto “Identidade: eu, o outro e nós”, afirmou a professora Lucimare Coelho Burg:
“Nosso projeto com as crianças foi uma viagem no mundo do conhecimento por outra cultura; e traz na bagagem o respeito à diferença étnico-racial e multicultural.”
*Foto: Reprodução